domingo, 25 de agosto de 2013

Sentimentos

Sentimentos

Já sabes quem sou... Já sei quem és! A indefinição que nos envolvia desapareceu e transformou-se em cumplicidade.

Quando estamos juntos as vontades, os desejos, os sonhos, convergem num beijo apaixonado.

O teu olhar fala comigo, diz me se estas triste, feliz, se desejas um mimo, um beijo; mas sobretudo ele disse-me quem és.

O teu sorriso atrai o meu. Quando ris, eu vejo o meu futuro, e nele não terei dias de chuva.

Os teus lábios tem romance, neles vejo o melhor filme de amor, ouço a mais enamorada das músicas, leio sem dúvida o livro mais apaixonado.

A tua voz guia os meus passos, enche os meus ouvidos de alegria e estimula os meus lábios a sorrir.

O teu cheiro faz acordar em mim o mais profundo e ardente desejo.


Tu és a promessa dos meus sonhos e serás uma realidade cumprida.

José Ribeiro

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

As palavras que sentes

Escrevo em meu pensamento as palavras,
que para ti serão, o futuro do teu presente.
Letra a letra vou compondo a frase,
sem pressas, pois tempo para mim é indiferente.

Na felicidade da tua presente ausência,
vou vivendo os dias que me aproximam do teu sorriso.

Vou-te vendo, quando ouço a tua voz no meu pensamento,
sinto o teu toque, quando pela tua boca saem as mais doces palavras.
Encontro-me com a tua despedida,
Perco-me ao ver a tua entrada garrida.

É esta simplicidade complicada, que me que hoje me define.
Amanhã espero que sejas tu a me definir.

José Ribeiro

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Amigo, Friend, Freund, Ami, 친구, ystävä

Quando a noite surgir,
Lembra-te que amanhã o dia se descobre com o sorriso dele/a.

No dia que as trevas te envolverem,
Pensa que o amor dele/a te irá cobrir.

A estrada é longa e pode deixar-te maluco,
Mas a dois, a três é sempre mais fácil...

Não precisas de muitos!
Precisas de bons.

Por isso escolhe-os com a tua In/racionalidade,
E diverte-te com eles.


José Ribeiro

terça-feira, 21 de maio de 2013

Tristeza


Tristeza

É um sentimento tão necessário como a própria felicidade, uma pessoa só consegue ter a noção que está triste quando experimentou a felicidade.
Mas porque ficamos tristes? Porque tantas vezes experimentamos este sentimento insípido e desprovido de alegria? Será destino, karma, dharma? Não sei, não tenho uma resposta concreta a dar. Mas creio que se a tristeza existe é para o nosso bem! Claro que nem todos conseguem compreender isso, e esse é o erro, pois em vez de tentar compreender a tristeza e o porque de ela existir, tentam varrê-la da vida e colocá-la na dispensa do coração, porque  pensam que isso é o melhor. E assim vão ignorando durante dias e meses e anos, ao mesmo tempo que a dispensa enche mais, e aquela pessoa que era feliz, fica fria, isola-se, e entra no mundo da solidão…

O mundo da solidão é necessário, mas quanto mais tempo se fica nele mais prejudicial será para nós. E assim, um sentimento tão importante como a tristeza prejudica-nos e coloca-nos num estado depressivo. Quantos dos que lêem estas palavras não estarão a passar por isto, quantos de vocês não choram desesperadamente por ajuda, por algo que vos tire desse poço fundo? Por vezes optam pela solução mais fácil na farmácia mais próxima, mas acreditem não adianta estar a adiar mais uma vez a resolução do problema com químicos que para além de viciarem, vão também dar uma falsa boa disposição. Por fim começam a aparecer os pensamentos que nunca deveriam passar pela cabeça “O que estou aqui a fazer?”, “Oh! Não sirvo para nada!”, “Sou um peso para todos!”, “Vou pôr um fim a isto tudo!”.
Tudo chegou a este ponto porque decidiram ignorar a tristeza, as desilusões. Como sair deste poço? Existem muitas respostas para isso, umas abordagens médicas, outras abordagens não médicas, outras do foro religioso. FALAR do que sentem, para mim essa é a melhor abordagem, falem com aquele/aquela amiga, falem com o filho, falem com o marido, falem com o padre se for preciso, mas falem.

Tentem entender a tristeza, não esperem que a tristeza vos tente entender!

José Ribeiro

terça-feira, 7 de maio de 2013

(In)Feliz

(In)Feliz

 Esta história que vos conto passou-se a muitos anos atrás, é a história de duas crianças que se descobrem…

 Lara é uma menina perseguida por muitos rapazes, rejeitando toda e qualquer aproximação pois tinha medo de sentir emoções, Gabriel é conhecido por se encontrar com muitas raparigas, mas no fundo é um rapaz que sente medo de ficar sozinho. Inicialmente não combinavam um com o outro, eram amigos que secretamente não se gostavam, mas isso mudou quando ele deixou de ir a escola durante uns dias, nesse tempo ela percebeu que as piadas dele foram a única razão pela qual ela riu e ele percebeu que o rosto feio dela, afinal era doce e carinhoso.

Quando ele voltou, finalmente se iniciou a conversa, e assim os seus corações começaram a aquecer; no dia seguinte eles se ignoraram completamente, ele estava confuso “será que ela gosta de mim?!”e ela estava nervosa.

 E assim veio o terceiro dia… No momento que ele chegou a escola ela engoliu toda a sua coragem e o abraçou “é o teu abraço de boas vindas que me faltava dar” sussurrou ela no seu casaco. Mais dois dias foram necessários para que a vergonha começa-se a desaparecer dos seus corações. Então o menino já não se sentia solitário, e a menina sabia que podia confiar nele; eles eram inseparáveis, falavam ao telefone até mal poderem falar e mesmo assim não conseguiam o suficiente um do outro nas suas conversas, ele cantava para ela dormir todas as noites, e ela guardava a pedrinha que ele lhe dera como símbolo do seu amor, o rosto dele ficava vermelho a cada beijo que davam, e não sentia vergonha de dizer a toda a gente o quanto a amava… Passavam cada lanche juntos, sentados na sua própria mesa, chegando até ao ponto em que silenciosamente desfrutavam da presença um do outro.

 Certo dia uma menina chamada Sofia aproximou-se de Lara e perguntou “os teus pais sabem que vocês estão a namorar?” Lara ficara envergonhada e com receio mas não respondeu pois não confiava na Sofia porque tinha ouvido rumores que Sofia tinha tentado roubar o namorado da sua melhor amiga, Gabriel também lhe dissera que Sofia espalhava rumores pela escola, que nem sempre eram verdadeiros mas que a maior parte das pessoas acreditavam.

Vários dias passaram desde a abordagem de Sofia a Lara, então numa Terça feira Sofia decide abordar Gabriel e diz-lhe que vai espalhar o rumor que a Lara perdeu a virgindade com outro rapaz, a não ser que Gabriel termine a relação, sob a condição de ele manter segredo daquela conversa senão ela espalharia o rumor a mesma.

 (Naquele tempo a virgindade era um assunto muito sério, a sociedade de então julgava as mulheres/meninas que não eram virgens, e as marginalizava, na escola não iria ser diferente caso o boato se espalha-se.)

Gabriel foi falar com Lara, e com os olhos em lágrimas disse “Lara não quero mais namorar contigo, acabou-se!”

 Foram precisos três anos até ganharem a coragem para se falar, cinco segundos para terminar tudo, e apenas um segundo para seus corações se despedaçassem e milhões de pedaços.

 Ela também começou a chorar, no fundo não acreditava que as palavras dele pudessem ser verdade, até ao momento em que Sofia aproxima-se e beija Gabriel. Lara que não era do tipo de lutar, gritou dizendo “Tu foste o único amigo e companheiro em quem eu confiei em muitos anos!”, e fugiu a chorando.

 Depois disso, Gabriel já não estava autorizado a falar com ela; ele mal conseguia sentar-se sozinho na mesma mesa do lanche, porque se lembrava o quão felizes eles eram nessa mesa, agora passam um pelo outro como dois estranhos, sem nunca trocarem olhares.

 Ela chorou vários dias seguidos, depois algumas vezes por semana, por fim poucas vezes por mês. Gabriel nunca contara sobre a ameaça de Sofia, ele nunca lhe disse que partiu o seu coração para a tentar proteger, e não se atreveu a arranjar outra menina pois sabia que era Lara a única, e foi assim que o menino ficou sozinho. A menina voltou a perder a confiança nas pessoas, e deixou de acreditar no amor.

 José Ribeiro

terça-feira, 30 de abril de 2013

A chuva!


A chuva!Estás num banho que a chuva desenhou para ti… mesmo antes dos astros saberem o teu nome! Sentes essa corrente concebida por puras intenções, as águas azuis juntam-se em torno das tuas coxas. O reflexo da lua explode, em milhares de diamantes, que brilham na superfície espelhada do teu corpo a cada movimento hipnótico.

Ai… essa camada fina que cobre o teu corpo desnudo. 
Vieste antes de mim para este banho e esperas-me para consumar a nossa união. Vou soltar lágrimas de cristal delicadamente em cima de ti, e tu vais-te dar sem reservas aceitando o calor dos nossos corpos. 
A noite desperta em ti a expectativa, no entanto, pacientemente esperas-me. 
Tu sabes… que a saudade deixa de existir no exacto momento que me vês. 
O momento da minha chegada é como um baptismo de euforia que te acende, e tu sentes esse momento a aproximar-se e a cada respiração sentes a pressão da atmosfera a aumentar e a tua alma vai transbordando de desejo. Então, a doce fragrância da brisa traz-me para os teus braços. Este é o momento e tu sentes-me aqui. As gotas quentes descem suavemente, deixando para trás os meus beijos líquidos na tua pele. Fechas os olhos e levantas o rosto para o céu, sentindo um doce beijo na tua testa. E abres, lentamente, os teus lábios ressequidos para provares um pouco do meu cheiro.
Como o teu corpo tem sede! Levantas as mãos para o céu, sentes os meus braços a rastrearem os teus seios e a descerem até ao umbigo. Os ruídos que faço com os meus inúmeros beijos sussurram “eu quero-te”. Rendes-te completamente à magia que invoco e dizes-me ao ouvido que eu sou um presente aguardado, um prazer para os teus sentidos. Naquele momento criamos a promessa de um arco-íris. E então as águas acalmam-se, o teu interlúdio comigo termina. E numa doce amargura separamo-nos com juras de amor eternas.


 José Ribeiro

Viagem Parte I

Viagem parte I

Sob protecção do céu azul a humanidade cresce, de pequenina e frágil torna-se forte e imponente. Somos todos vencedores à partida, numa corrida contra biliões de concorrentes. Cedo, vamo-nos metamorfoseando, ficando maiores. 
Durante o parto somos convidados a sair pela nossa mãe, contudo existem os obedientes, que estão excitadíssimos para evacuar, e os indisciplinados e preguiçosos, que estão tão bem no cafofo que só com o apelo a força é que se resolvem.
Após esta etapa concluída, começa uma nova, é a fase em que somos apresentados ao mundo, que nos diz imediatamente: Olá reguila! Sê bem-vindo ao meu mundo, imperfeito e cheio de injustiça. Estou aqui para te dizer que tu podes fazer a diferença, tu podes transformar-me em algo melhor, apenas tens de acreditar em ti e no melhor que os outros têm para oferecer.
Após esta breve apresentação, grande parte das pessoas sofre um duro golpe de amnésia, pois não vejo muita gente a seguir o que lhe foi requerido.
E a viagem contínua… conhecemos a nossa mãe e o nosso pai. Viramos verdadeiras máquinas de sucção e para além disso dá-mos conta que os intestinos, bexiga e cordas vocais funcionam, e como ficamos tão felizes com isso! Prova disso é que volta e meia lhes estamos a dar uso, cá entre nós, coitado de quem é Pai e Mãe!
Continuamos a crescer em tamanho e sapiência, a ter já vagas noções do certo e errado, aprendemos o conceito do bem e do mal, brincamos, caímos, choramos, rimos, transpiramos e quando damos conta já está na altura de ir para a escola. A escola pode ser comparada a uma porta, que quando aberta nos mostra os novos caminhos e as novas formas de pensar e de comunicar e de agir. E continuamos…

Esta primeira parte dedico a minha priminha Inês acabadinha de nascer :)

José Ribeiro

A carta

A carta

De início achava que o amor era falso e irreal, quando fui apresentado ao amor estava a viver um sonho, mas percebi que sonhos e realidade só se cruzam nos filmes, até que te conheci. Tu és a mulher que me despertou novamente o amor. Todas as vezes que te vejo o meu coração salta em uma ou duas batidas. Quando estou contigo sinto-me tão confortável, e ao mesmo tempo atinjo o mais alto nível de nervosismo. Fixando os teus olhos, fico com uma sensação de calor, e ele me obriga a manter um sorriso no meu rosto. Toda a vez que te beijar, eu saberei que irei sentir um milhão de borboletas voando no meu estômago tentando fugir. Honestamente eu acho que tu és a mulher mais bonita que existe, os teus olhos o teu sorriso, o teu cabelo, o teu estilo, o teu carácter, sim tu és linda!
Eu ainda não entendi como um rapaz como eu acabou com uma mulher como tu, será que se pode chamar de sorte?! Será que é o destino a fazer das suas?! Tu és a única mulher por quem estou atraído, nenhuma outra mulher vai conseguir desviar meu olhar de ti.
Tu controlas o tempo, transformas os pequenos grandes momentos em memórias inesquecíveis que nunca se vão apagar.
Enquanto este momento for infinito, tu és e sempre serás a minha companheira, minha enamorada, meu amor.

José Ribeiro

Caro Amigo...

Caro amigo…

Eu não posso dar-te soluções para todos os
problemas da tua vida, e não tenho respostas
para as tuas dúvidas ou medos, mas eu
posso ouvir-te e encontra-las contigo.
Eu não posso mudar o teu passado ou o teu
futuro, mas quando tu precisares de mim eu
vou estar contigo.

Eu não vou ajudar-te a tropeçar. O que irei
fazer será oferecer minha mão para te
levantares.
As tuas alegrias, os teus triunfos e tuas
conquistas não são minhas, mas
honestamente eu gosto quando te vejo
contente.

Eu não julgo as decisões que tu fazes
na vida. Limito-me a apoiar-te, e a encorajar-te caso perguntes.
Eu não posso impor-te limites dentro dos
quais tu deves agir, mas eu ofereço o espaço
para tu cresceres.

Eu não posso evitar o teu sofrimento quando
alguma coisa abalar o teu coração e
despedaça-lo, mas posso ficar ao teu lado
ajudar a pegar as peças. Eu não posso dizer
quem tu és ou quem deverias ser. Só posso
gostar de ti como és, e ser teu amigo.

Eu não tenho a pretensão de ser o primeiro,
segundo ou terceiro lugar da tua lista, apenas
quero que continues a ser meu amigo.
Sou uma pessoa feliz, porque tenho mais
amigos do que eu imaginava.
Estas palavras dedico-as a vocês meus
amigos.

José Ribeiro

Mulher

Mulher


Hoje dedico alguns minutos do meu tempo para tentar definir o que à partida é indefinível.
Quem é este ser?! Com que todos os dias me cruzo e vejo em detalhe, e quanto mais detalhe tento alcançar mais abstracta ela fica para mim.
Decidi acreditar que para conhecer uma mulher, o primeiro passo será admitir que não sabemos nada sobre ela, tentar deixar de lado os preconceitos, porque só assim, com a mente vazia, podemos levantar um pouco o véu que a cobre.
Mulher é contradição! Quantas vezes as vemos a sorrir desenfreadamente quando lhes apetece fazer o oposto?! Calam-se quando lhes apetece argumentar?! Não expressam a dor que sentem, só para não gerar preocupações?! Dão chapadas quando lhes apetecem dar beijos?! Sim! Sem dúvida mulher é contradição.
Mulher é desconhecido! Sim desconhecido. Tu achas que conheces realmente a tua mulher?! Ou será que apenas conheces aquilo que ela te deixou conhecer? Tenta ver a mulher como um segredo, e verás que não te vais cansar de a ter ao teu lado…
Mulher é forte! Sem dúvida que aguenta mais dor física que o homem, acredita que eu sei! Para além disso, conseguem encaixar na sua cabecinha uma infinidade de desgostos, sofrimentos, dores e encaixa de tal forma bem que consegue aguentar por anos e anos sem mostrar cansaço e só no último instante é que pedem ajuda.
Mulher é feminina! Não digo isto só pelo corpo, mas também pela personalidade, pelos gestos, pela delicadeza, mulher é feminina em tudo que faz.
Mulher é perdão! É amnésia! Perdoa e esquece com uma facilidade enorme, e por ela saber que é assim, decide fazer birra para que o homem não dê como certo o perdão dela.
Mulher é o futuro! Na delicadeza do corpo de uma mulher se escreve o futuro do Homem! Porque só ela tem a capacidade de gerar vida.
Tal como disse no início, é difícil tentar definir o indefinível por isso para além do texto deixo uma imagem que é a característica de todas as mulheres adultas. O seu sorriso de criança.




José Ribeiro

Aprendizagem

Os meus amigos deram-me a conhecer a amizade.
A minha família apresentou-me o carinho.
Os meus professores ofereceram-me o conhecimento.
A dor criou em mim a força.
A vida mostrou-me o sorriso e a alegria.
A morte e distância presentearam-me com dor e saudade.

Nós Humanos, não somos seres estáticos, nós VIVEMOS numa constante permuta de experiências e aprendizagens.

Cabe a ti e só a ti, a decisão de apreender ou esquecer aquilo que todo o mundo te oferece.

José Ribeiro

Amizade

Amizade

A verdadeira amizade é um amor latente, algo que não se rompe com uma briga, que se recebe e se dá numa permuta constante de afecto. Amigo não foi uma palavra que o facebook inventou, não é um pedido de amizade online. Amigo é mais, amigo e muito mais…
Para mim a amizade é uma associação sem fins lucrativos, onde o sorriso e bem-estar do outro é a recompensa.

José Ribeiro

O amor...

O amor é o melhor e mais importante órgão vital que temos...
Sem ele morremos, ou estaremos condenados a morte.
Com ele, estaremos vivos por muitos e longos anos, e quem sabe atingir a eternidade na memória dos outros.

José Ribeiro

Cobardia


Cobardia

A violência e a cobardia combinam.
Quanto maior for o acto de violência,
Maior será a cobardia de quem o pratica,
A violência gera ódio,
O ódio gera violência.

Pensem antes de serem cobardes.

José Ribeiro

A Vida é... Poema

A vida é...

Um Começo, um ponto de partida,
Uma entrada sofrida.
Dádiva de uma mãe,
Uma rota desconhecida.

Fazer o primeiro amigo,
Brincar, saltar, cair.
Conhecer o que se desconhecia,
Ter medo e fugir.

Errar e aprender,
Gostar e desgostar,
Fazer beicinho e sorrir,
Zangar e abraçar.

Tentar entender o Amor,
Sentir o aperto no peito
Querer falar e não puder,
Conhecer no "não" a dor.

Amar e ser amado,
Sentir desejo e ser desejado,
Procurar e ser procurado,
Surpreender e ser surpreendido.

Dar significado.
Achar o que nunca se perdeu,
Desenterrar o que sempre esteve a superfície,
Dar valor ao que sempre valeu.

José Ribeiro

A noite - Poema

Noite

Neste teclado pensativo escrevo,
Os versos que a noite me trás,
E sozinho eu percebo,
O bem que o silêncio faz.

Tecla a tecla a palavra nasce,
Clic em clic vai crescendo,
Mas de estar sozinha ela não gosta,
Então mais palavras vou escrevendo.

Não trago lições de moral,
Frases bonitas e singelas.
A noite apenas me diz,
Que ninguém tem moral para dizê-las.

A noite não gosta que a chamemos de “escura”.
Não gosta que a apelidemos de “fria”
Prefere que a tratemos como a sombra,
Do seu eterno companheiro “dia”.

Sem ela enlouquecíamos,
Só com ela morreríamos,
Devemos-lhe respeito e carinho,
Para isso nada melhor que um bom soninho.

José Ribeiro