terça-feira, 30 de abril de 2013

A chuva!


A chuva!Estás num banho que a chuva desenhou para ti… mesmo antes dos astros saberem o teu nome! Sentes essa corrente concebida por puras intenções, as águas azuis juntam-se em torno das tuas coxas. O reflexo da lua explode, em milhares de diamantes, que brilham na superfície espelhada do teu corpo a cada movimento hipnótico.

Ai… essa camada fina que cobre o teu corpo desnudo. 
Vieste antes de mim para este banho e esperas-me para consumar a nossa união. Vou soltar lágrimas de cristal delicadamente em cima de ti, e tu vais-te dar sem reservas aceitando o calor dos nossos corpos. 
A noite desperta em ti a expectativa, no entanto, pacientemente esperas-me. 
Tu sabes… que a saudade deixa de existir no exacto momento que me vês. 
O momento da minha chegada é como um baptismo de euforia que te acende, e tu sentes esse momento a aproximar-se e a cada respiração sentes a pressão da atmosfera a aumentar e a tua alma vai transbordando de desejo. Então, a doce fragrância da brisa traz-me para os teus braços. Este é o momento e tu sentes-me aqui. As gotas quentes descem suavemente, deixando para trás os meus beijos líquidos na tua pele. Fechas os olhos e levantas o rosto para o céu, sentindo um doce beijo na tua testa. E abres, lentamente, os teus lábios ressequidos para provares um pouco do meu cheiro.
Como o teu corpo tem sede! Levantas as mãos para o céu, sentes os meus braços a rastrearem os teus seios e a descerem até ao umbigo. Os ruídos que faço com os meus inúmeros beijos sussurram “eu quero-te”. Rendes-te completamente à magia que invoco e dizes-me ao ouvido que eu sou um presente aguardado, um prazer para os teus sentidos. Naquele momento criamos a promessa de um arco-íris. E então as águas acalmam-se, o teu interlúdio comigo termina. E numa doce amargura separamo-nos com juras de amor eternas.


 José Ribeiro

Viagem Parte I

Viagem parte I

Sob protecção do céu azul a humanidade cresce, de pequenina e frágil torna-se forte e imponente. Somos todos vencedores à partida, numa corrida contra biliões de concorrentes. Cedo, vamo-nos metamorfoseando, ficando maiores. 
Durante o parto somos convidados a sair pela nossa mãe, contudo existem os obedientes, que estão excitadíssimos para evacuar, e os indisciplinados e preguiçosos, que estão tão bem no cafofo que só com o apelo a força é que se resolvem.
Após esta etapa concluída, começa uma nova, é a fase em que somos apresentados ao mundo, que nos diz imediatamente: Olá reguila! Sê bem-vindo ao meu mundo, imperfeito e cheio de injustiça. Estou aqui para te dizer que tu podes fazer a diferença, tu podes transformar-me em algo melhor, apenas tens de acreditar em ti e no melhor que os outros têm para oferecer.
Após esta breve apresentação, grande parte das pessoas sofre um duro golpe de amnésia, pois não vejo muita gente a seguir o que lhe foi requerido.
E a viagem contínua… conhecemos a nossa mãe e o nosso pai. Viramos verdadeiras máquinas de sucção e para além disso dá-mos conta que os intestinos, bexiga e cordas vocais funcionam, e como ficamos tão felizes com isso! Prova disso é que volta e meia lhes estamos a dar uso, cá entre nós, coitado de quem é Pai e Mãe!
Continuamos a crescer em tamanho e sapiência, a ter já vagas noções do certo e errado, aprendemos o conceito do bem e do mal, brincamos, caímos, choramos, rimos, transpiramos e quando damos conta já está na altura de ir para a escola. A escola pode ser comparada a uma porta, que quando aberta nos mostra os novos caminhos e as novas formas de pensar e de comunicar e de agir. E continuamos…

Esta primeira parte dedico a minha priminha Inês acabadinha de nascer :)

José Ribeiro

A carta

A carta

De início achava que o amor era falso e irreal, quando fui apresentado ao amor estava a viver um sonho, mas percebi que sonhos e realidade só se cruzam nos filmes, até que te conheci. Tu és a mulher que me despertou novamente o amor. Todas as vezes que te vejo o meu coração salta em uma ou duas batidas. Quando estou contigo sinto-me tão confortável, e ao mesmo tempo atinjo o mais alto nível de nervosismo. Fixando os teus olhos, fico com uma sensação de calor, e ele me obriga a manter um sorriso no meu rosto. Toda a vez que te beijar, eu saberei que irei sentir um milhão de borboletas voando no meu estômago tentando fugir. Honestamente eu acho que tu és a mulher mais bonita que existe, os teus olhos o teu sorriso, o teu cabelo, o teu estilo, o teu carácter, sim tu és linda!
Eu ainda não entendi como um rapaz como eu acabou com uma mulher como tu, será que se pode chamar de sorte?! Será que é o destino a fazer das suas?! Tu és a única mulher por quem estou atraído, nenhuma outra mulher vai conseguir desviar meu olhar de ti.
Tu controlas o tempo, transformas os pequenos grandes momentos em memórias inesquecíveis que nunca se vão apagar.
Enquanto este momento for infinito, tu és e sempre serás a minha companheira, minha enamorada, meu amor.

José Ribeiro

Caro Amigo...

Caro amigo…

Eu não posso dar-te soluções para todos os
problemas da tua vida, e não tenho respostas
para as tuas dúvidas ou medos, mas eu
posso ouvir-te e encontra-las contigo.
Eu não posso mudar o teu passado ou o teu
futuro, mas quando tu precisares de mim eu
vou estar contigo.

Eu não vou ajudar-te a tropeçar. O que irei
fazer será oferecer minha mão para te
levantares.
As tuas alegrias, os teus triunfos e tuas
conquistas não são minhas, mas
honestamente eu gosto quando te vejo
contente.

Eu não julgo as decisões que tu fazes
na vida. Limito-me a apoiar-te, e a encorajar-te caso perguntes.
Eu não posso impor-te limites dentro dos
quais tu deves agir, mas eu ofereço o espaço
para tu cresceres.

Eu não posso evitar o teu sofrimento quando
alguma coisa abalar o teu coração e
despedaça-lo, mas posso ficar ao teu lado
ajudar a pegar as peças. Eu não posso dizer
quem tu és ou quem deverias ser. Só posso
gostar de ti como és, e ser teu amigo.

Eu não tenho a pretensão de ser o primeiro,
segundo ou terceiro lugar da tua lista, apenas
quero que continues a ser meu amigo.
Sou uma pessoa feliz, porque tenho mais
amigos do que eu imaginava.
Estas palavras dedico-as a vocês meus
amigos.

José Ribeiro

Mulher

Mulher


Hoje dedico alguns minutos do meu tempo para tentar definir o que à partida é indefinível.
Quem é este ser?! Com que todos os dias me cruzo e vejo em detalhe, e quanto mais detalhe tento alcançar mais abstracta ela fica para mim.
Decidi acreditar que para conhecer uma mulher, o primeiro passo será admitir que não sabemos nada sobre ela, tentar deixar de lado os preconceitos, porque só assim, com a mente vazia, podemos levantar um pouco o véu que a cobre.
Mulher é contradição! Quantas vezes as vemos a sorrir desenfreadamente quando lhes apetece fazer o oposto?! Calam-se quando lhes apetece argumentar?! Não expressam a dor que sentem, só para não gerar preocupações?! Dão chapadas quando lhes apetecem dar beijos?! Sim! Sem dúvida mulher é contradição.
Mulher é desconhecido! Sim desconhecido. Tu achas que conheces realmente a tua mulher?! Ou será que apenas conheces aquilo que ela te deixou conhecer? Tenta ver a mulher como um segredo, e verás que não te vais cansar de a ter ao teu lado…
Mulher é forte! Sem dúvida que aguenta mais dor física que o homem, acredita que eu sei! Para além disso, conseguem encaixar na sua cabecinha uma infinidade de desgostos, sofrimentos, dores e encaixa de tal forma bem que consegue aguentar por anos e anos sem mostrar cansaço e só no último instante é que pedem ajuda.
Mulher é feminina! Não digo isto só pelo corpo, mas também pela personalidade, pelos gestos, pela delicadeza, mulher é feminina em tudo que faz.
Mulher é perdão! É amnésia! Perdoa e esquece com uma facilidade enorme, e por ela saber que é assim, decide fazer birra para que o homem não dê como certo o perdão dela.
Mulher é o futuro! Na delicadeza do corpo de uma mulher se escreve o futuro do Homem! Porque só ela tem a capacidade de gerar vida.
Tal como disse no início, é difícil tentar definir o indefinível por isso para além do texto deixo uma imagem que é a característica de todas as mulheres adultas. O seu sorriso de criança.




José Ribeiro

Aprendizagem

Os meus amigos deram-me a conhecer a amizade.
A minha família apresentou-me o carinho.
Os meus professores ofereceram-me o conhecimento.
A dor criou em mim a força.
A vida mostrou-me o sorriso e a alegria.
A morte e distância presentearam-me com dor e saudade.

Nós Humanos, não somos seres estáticos, nós VIVEMOS numa constante permuta de experiências e aprendizagens.

Cabe a ti e só a ti, a decisão de apreender ou esquecer aquilo que todo o mundo te oferece.

José Ribeiro

Amizade

Amizade

A verdadeira amizade é um amor latente, algo que não se rompe com uma briga, que se recebe e se dá numa permuta constante de afecto. Amigo não foi uma palavra que o facebook inventou, não é um pedido de amizade online. Amigo é mais, amigo e muito mais…
Para mim a amizade é uma associação sem fins lucrativos, onde o sorriso e bem-estar do outro é a recompensa.

José Ribeiro

O amor...

O amor é o melhor e mais importante órgão vital que temos...
Sem ele morremos, ou estaremos condenados a morte.
Com ele, estaremos vivos por muitos e longos anos, e quem sabe atingir a eternidade na memória dos outros.

José Ribeiro

Cobardia


Cobardia

A violência e a cobardia combinam.
Quanto maior for o acto de violência,
Maior será a cobardia de quem o pratica,
A violência gera ódio,
O ódio gera violência.

Pensem antes de serem cobardes.

José Ribeiro

A Vida é... Poema

A vida é...

Um Começo, um ponto de partida,
Uma entrada sofrida.
Dádiva de uma mãe,
Uma rota desconhecida.

Fazer o primeiro amigo,
Brincar, saltar, cair.
Conhecer o que se desconhecia,
Ter medo e fugir.

Errar e aprender,
Gostar e desgostar,
Fazer beicinho e sorrir,
Zangar e abraçar.

Tentar entender o Amor,
Sentir o aperto no peito
Querer falar e não puder,
Conhecer no "não" a dor.

Amar e ser amado,
Sentir desejo e ser desejado,
Procurar e ser procurado,
Surpreender e ser surpreendido.

Dar significado.
Achar o que nunca se perdeu,
Desenterrar o que sempre esteve a superfície,
Dar valor ao que sempre valeu.

José Ribeiro

A noite - Poema

Noite

Neste teclado pensativo escrevo,
Os versos que a noite me trás,
E sozinho eu percebo,
O bem que o silêncio faz.

Tecla a tecla a palavra nasce,
Clic em clic vai crescendo,
Mas de estar sozinha ela não gosta,
Então mais palavras vou escrevendo.

Não trago lições de moral,
Frases bonitas e singelas.
A noite apenas me diz,
Que ninguém tem moral para dizê-las.

A noite não gosta que a chamemos de “escura”.
Não gosta que a apelidemos de “fria”
Prefere que a tratemos como a sombra,
Do seu eterno companheiro “dia”.

Sem ela enlouquecíamos,
Só com ela morreríamos,
Devemos-lhe respeito e carinho,
Para isso nada melhor que um bom soninho.

José Ribeiro